Homem agrediu companheira antes de provocar incêndio que matou mulher e quatro filhos, diz vizinha
30/11/2025
(Foto: Reprodução) Vizinha diz que homem agrediu mulher antes de provocar incêndio em comunidade no Recife
Uma vizinha da mulher que morreu com os quatro filhos durante um incêndio na comunidade Icauã, na Zona Oeste do Recife, disse que as chamas foram provocadas pelo companheiro dela e pai das crianças (veja vídeo acima).
À TV Globo, a faxineira Cristiane Severina da Silva contou que o homem, conhecido como "Guel", agrediu a vítima antes de atear fogo à própria casa com os meninos dentro. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar após ser linchado por moradores (saiba mais abaixo).
"Ele saiu, pernoitado. Quando chegou, bebeu, pegou nela pelo pescoço, deu nela. Ela correu lá para casa. Falei: 'pega as crianças, vamos lá para a UPA'. Ela disse: 'vou pegar o novinho'. Quando ela chegou para pegar o novinho, o fogo já estava [se espalhando]. [...] Usou gasolina e ligou um isqueiro", afirmou.
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O incêndio, ocorrido na tarde do sábado (29), atingiu 20 das cerca de 30 casas da comunidade, segundo a Defesa Civil do Recife. Segundo o Corpo de Bombeiros, entre as vítimas, estavam três crianças, de 2, 4 e 5 anos, e um bebê. As idades dele e da mãe, identificada apenas como Izabely, não foram divulgadas. Os sexos das crianças também foram confirmados.
A vizinha contou que, após ser agredida, Izabely foi à casa dela pedir ajuda, mas voltou para pegar o bebê, que tinha deixado dormindo.
"Foi procurar ajuda, mas, como eu não podia, porque estou acidentada, eu disse a ela: 'traz os meninos para cá, corre para a rua, chama a polícia'. Mas já era tarde [...] Ela pediu socorro a mim, mas eu não podia ajudar. Eu assim. Eu não pude. Eu, assim, operada", disse Cristiane, emocionada.
Segundo ela, o homem tinha uma conduta violenta e bebia bastante. "Ele bebia cachaça, era daqueles que espancavam. Era uma guerreira. Perdeu a vida por causa dele [...]. Ele é mau. Sempre dava conselho a ela. Ela desabafava comigo", contou.
A casa de Cristiane também foi atingida pelo incêndio. "Perdi tudo, documento", acrescentando que estava usando roupas de doação.
Muito abalada, uma tia da vítima, que não se identificou, disse que o homem costumava bater na mulher e nos filhos.
De acordo com ela, os dois estavam casados havia cinco anos. "É um monstro, ele. Era um monstro, dava nela e nas crianças quando bebia", disse.
Incêndio que deixou cinco mortos na Zona Oeste do Recife atingiu 20 casas, segundo a Defesa Civil
Reprodução/WhatsApp
O incêndio
Mulher e quatro crianças morrem durante incêndio em comunidade no Recife; homem é detido
A comunidade Icauã é uma ocupação do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem-Teto (Must) e fica no bairro da Caxangá, nas imediações de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
O Corpo de Bombeiros informou que foi acionado para controlar o incêndio às 12h20 e disse que enviou oito viaturas, sendo três de combate a incêndio, uma de salvamento, uma de resgate e outras três de comando operacional. Ao todo, 26 militares estavam envolvidos na operação.
Imagens registradas no local mostram as chamas se espalhando rapidamente entre os barracos de madeira (veja vídeo acima). Segundo os bombeiros, o fogo foi controlado por volta das 16h30.
Outros vídeos mostram o momento em que o homem foi detido pela Polícia Militar. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), ele estava sendo linchado por moradores quando as forças de segurança chegaram ao local da ocorrência. Ele foi preso em flagrante e levado a um hospital.
Ainda de acordo com a SDS, o caso foi registrado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a perícia no local será realizada pela Polícia Científica nos próximos dias.
Por meio de nota, a prefeitura do Recife disse que está prestando assistência aos moradores da comunidade e disponibilizou, por meio das equipes de Assistência Social, cestas básicas, colchões, kits de higiene e limpeza e água mineral.
A gestão municipal afirmou, ainda, que ofereceu ajuda para emissão de documentos perdidos, além de auxílio funeral para a família afetada. A Defesa Civil interditou a área e informou que nenhum morador da comunidade solicitou abrigo.
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